O presidente da Comissão Europeia e o primeiro-ministro russo trocaram hoje acusações sobre o respeito dos direitos humanos nos respectivos territórios, à margem de um encontro em que foram discutidas questões energéticas.
Na conferência de imprensa conjunta que se seguiu ao fim do encontro, Durão Barroso disse que “há na opinião pública [europeia] uma certa preocupação com os acontecimentos recentes na Rússia, como os assassinatos de jornalistas e de defensores dos direitos humanos”.
O chefe do executivo europeu referia-se ao duplo assassinato, a 19 de Janeiro, de Stanislav Markelov, um advogado russo que nos últimos anos defendeu vítimas de crimes cometidos na Tchetchénia, e de Anastasia Baburova, uma jornalista da “Novaia Gazeta” que o acompanhava no momento em que um homem armado se abeirou dele para o matar.
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Durão Barroso revelou que na sequência deste ataque – que se seguiu à morte de vários outros activistas e personalidades ligadas à imprensa, como a jornalista Anna Politovskaia –, falou com o Presidente Dmitri Medvedev sobre as violações dos direitos humanos na Rússia.
Ao seu lado na conferência de imprensa, Putin não gostou do que ouviu e disse que a União Europeia não se pode dar lições a Moscovo quando ela própria tem problemas de direitos humanos no seu território: “Não estamos satisfeitos com a forma como está a ser tratado o problema das minorias russófonas nos países bálticos. Sabemos também que os direitos humanos dos imigrantes estão a ser violados na Europa e conhecemos o estado em que se encontram os sistemas prisionais na Europa”. “Nós também temos este tipo de problemas”, acrescentou.
O primeiro-ministro russo diz esperar que “estes problemas na Europa e na Rússia possam ser discutidos em conjunto” e garantiu a disponibilidade de Moscovo para uma abordagem conjunto da questão.
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